Feridas (Fridas?) de amor, quem as não tem? Faz lembrar um verso de uma canção antiga. Mas não é. É a proposta do Colectivo Retorno, composto por Hugo Olim, Mariana Magalhães, Sofia Santos Silva e Joana Cunha. Fruto de encontros e desencontros, surgiu “Uma Frida”.

A expressão “Tudo começou quando…” pontua a primeira parte do espectáculo onde, em formato de conferência, os três interpretes (Hugo, Mariana e Sofia) discorrem sobre a origem do espectáculo e cada um defende o seu papel primordial na sua existência.

O espectáculo transforma-se, tal como a cenografia e adereços, na casa de um dos interpretes, onde conversas acontecem pela noite fora. Cada um dos actores conta-nos, à vez, uma das suas feridas de amor. Ficamos na dúvida se reflectem a sua própria vida, o que no meu entender é bom. Abandono, sofrimento, romance e indiferença são alguns dos ingredientes das suas histórias, contadas na primeira pessoa.

O paralelo com a vida e sofrimento da artista mexicana Frida Kahlo é evidente, não estivesse o seu retrato pendurado na parede, a velar pelos jovens e a testemunhar a acção.

A música atravessa e pontua o espectáculo de forma eficaz, e em estilos diferentes mas complementares.

Aquilo que era para ter sido um espectáculo de dança contemporânea acaba por ser a bela estreia teatral do colectivo, de quem esperamos com interesse o próximo trabalho ainda em 2019.

Entrevista dada pelo Colectivo Retorno ao Coffeepaste

Uma Frida, de Colectivo Retorno
18 a 20 de janeiro de 2019
Teatro Nacional D Maria II

criação Colectivo Retorno
texto Sofia Santos Silva
interpretação Hugo Olim, Mariana Magalhães e Sofia Santos Silva
direção de arte Hugo Olim
design de iluminação Carolina Caramelo
produção Colectivo Retorno
produção executiva Joana Coelho Cunha
fotografia Sofia Berberan
edição DaKid
teaser João Lourenço
registo do espetáculo Eduardo Breda

Categorias: Teatro

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