Dimitris Papaioannou tornou-se conhecido do grande público quando dirigiu as cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004.
Com formação em Belas-Artes, os seus espectáculos têm uma forte componente visual, tanto na cenografia como na acção.
O palco, constituído por várias placas móveis, é mutável, dando a descobrir vários usos para essas placas (leque, chão, leito, parede). Revela também buracos no chão de onde saem e para onde entram os corpos dos 10 performers.
Os corpos transformam-se em paisagens, “partem-se” aos bocados, que se espalham pelo palco, configuram-se, desconfiguram-se, e reconfiguram-se, ao som da música do “Danúbio Azul” de Johann Strauss.
Ao longo do espectáculo há referências claras a obras da pintura e escultura mundiais, que os bailarinos, juntamente com os adereços, compõem. Encontramos também referências à Grécia natal do criador, e à sua história pessoal.
Esta é uma peça bela e misteriosa, que deixa espaço para o espectador reflectir, tirar as suas conclusões, e formar opinião. Na minha, é certamente um dos espectáculos internacionais marcantes do ano de 2018.
The Great Tamer, de Dimitris Papaioannou
2 e 3 de Março de 2018 (Centro Cultural de Belém – Lisboa)
9 e 10 de Março 2018 (Teatro RIvoli – Porto)
Conceção e direção por Dimitris Papaioannou
Com Pavlina Andriopoulou, Costas Chrysafidis, Ektor Liatsos, Ioannis Michos, Evangelia Randou, Kalliopi Simou, Drossos Skotis, Christos Strinopoulos, Yorgos Tsiantoulas, Alex Vangelis
Cenografia e direção de arte em colaboração com Tina Tzoka
Colaboração artística para os figurinos Aggelos Mendis
Desenho de luz em colaboração com Evina Vassilakopoulou
Colaboração artística para o som Giwrgos Poulios
Desenho e operação de som Kostas Micholoupos
Música Johann Strauss II, An der schönen blauen Donau, op. 314
Adaptação musical Stephano Droussiotis
Design de escultura Nectarios Dionysatos
Pintura de figurinos e adereços Maria Ilia
Produção Onassis Cultural Centre – Atena