James Baldwin (1924-1987) foi um escritor e dramaturgo americano, que teve uma voz activa a favor dos direitos e liberdades da população negra no seu país. Os Estados Unidos aboliram a escravatura em 1865, mas nem por isso os problemas acabaram. Nos anos 1960, muitos levantaram a voz contra o racismo, e em 2018 são problemas infelizmente ainda na ordem do dia, lá e um pouco por todo o mundo.
Em 1979, escrevendo ao seu editor, James Baldwin propunha um novo livro, “Remember this house”, em que escreveria sobre as vidas e assassinatos de três figuras maiores da luta pelos direitos humanos nos Estados Unidos, Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King, Jr. Apenas 30 páginas ficaram escritas.
Com base nesses e noutros escritos, em depoimentos na televisão, em arquivos da época, mas também em imagens recentes, Raoul Peck compôs este importante documentário em que homenageia Baldwin, e traz para a discussão um tema que ainda hoje necessita de discussão: Os direitos das minorias.
Samuel L. Jackson empresta a voz e uma necessária intensidade dramática às palavras de James Baldwin.
Recordemos, e ainda mais nos dias conturbados que correm, que todos somos iguais, que a cor da pele é apenas a cor da pele, e que esse facto nem deveria ser tido em consideração para o que quer que seja.
Termino com uma frase que retive e que, em meu entender, resume o que se passou e ainda se passa: “A história do negro na América é a história da América. Não é uma história bonita.”
I am not your negro
de Raoul Peck