A escritora e pensadora australiana Elizabeth Costello chega, no final da vida, à beira de uma grande porta que deseja atravessar. Para o fazer, terá de apresentar o seu caso a um colectivo de juizes. É este o ponto de partida da mais recente encenação de Cristina Carvalhal, baseada na obra homónima de J.M. Coetzee, vencedor do prémio Nobel da Literatura em 2003.

A partir desse ponto, ficamos a conhecer a argumentação de Elisabeth: Diz-se uma “secretária do invisível” e, como tal, sem crenças, o que parece inquietar os juizes.

Ao longo da peça vamos atravessando a vida da protagonista, em vários epísódios do seu percurso até a este “juizo final”. Assistimos a discussões com o filho e nora, com um colega de profissão num cruzeiro, intervenções públicas suas, e a uma intrigante conversa com uma empregada de limpezas especial.

Bernardo Almeida, Luís Gaspar, Rita Calçada Bastos e Sílvia Filipe compõe o elenco, encabeçado por Cucha Carvalheiro na protagonista Elisabeth Costello. Todos seguríssimos, todos acrescentando leveza ou intensidade conforme o momento pede.

O texto é riquíssimo e toca temas importantes sobre os quais importa a humanidade reflectir um pouco (ou muito).

A encenadora, Cristina Carvalhal, afirmou à Revista Visão que esta peça é “sobre a vida, a existência, aquilo que nos habita enquanto seres humanos e as grandes perguntas com que nos defrontamos”.

O espectáculo, depois da apresentação na Culturgest, segue para o Teatro Nacional São João, no Porto.

13-16 dezembro
Culturgest
Lisboa

Texto J.M. Coetzee Tradução Maria João Delgado Adaptação Alexandre Andrade e Cristina Carvalhal Cristina Carvalhal Direção artística e encenação Com Bernardo Almeida, Cucha Carvalheiro, Luís Gaspar, Rita Calçada Bastos, Sílvia Filipe Cenário e figurinos Ana Limpinho Desenho de luz José Álvaro Correia Música original e desenho de som Sérgio Delgado Produção executiva Bruno Reis Produção Causas Comuns Coprodução Teatro Nacional São João, Culturgest

Fotografia Estelle Valente

Categorias: Teatro

One comment

Elizabeth Costello, de J.M. Coetzee (Encenação Cristina Carvalhal)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *