Será que podemos ouvir a mesma história vezes sem conta e, mesmo assim, retirar qualquer coisa nova dela? A minha resposta é sim.
Entramos na sala de teatro para assistir a uma peça para bebés – o nome – “Capuchinho”. Somos recebidos com música ambiente enquanto os protagonistas da peça estão em palco num jogo de sombra e luz. O cenário simples, mas eficaz leva-nos diretamente para a floresta da avó. Sentamo-nos e esperamos um pouco.
Chega a mãe da Capuchinho. E, da mesma forma que se contam histórias ao dormir, vai folheando o livro, página a página, enquanto as personagens entram em palco. As crianças choram na plateia – ou porque não gostam de escuro, ou porque não estão habituadas a estar em teatro – os pais lá tentam gerir aquelas emoções todas.
Enquanto isso, uma Capuchinha dança, canta e mostra aquele espírito infantil e garrido da menina que quer ir à floresta. Mas como em todas as histórias infantis aparece o medo – o lobo. O Lobo matreiro circula pelo cenário até enganar a Capuchinho.
Em meia hora temos a história contada com delicadeza. Temos a reconstrução do final da história e também uma capacidade de compreender o outro – o lado mau da história. Entre dança, música e um texto focado em salientar as palavras mais importantes da história consegue fazer-se chegar a mensagem às crianças. E aos pais.
De salientar também o recurso à Língua Gestual no discurso da mãe da Capuchinho, uma verdadeira prova que o caminho para a inclusão e para um acesso generalizado à Cultura se faz e que o teatro para bebés escancara as portas a esse caminho.
Próximas apresentações de Capuchinho.
24 de outubro, às 11 e às 15 horas, Auditório John dos Passas, Ponta do Sol, Madeira
27 de novembro, às 11 e às 15 horas, CASA das Artes de Famalição
18 de dezembro, às 11 e às 17 horas, Coliseu do Porto Ageas
20 de fevereiro, às 11 e às 16 horas, Teatro Aveirense, Aveiro
27 de março, às 11 e às 16 horas, Teatro Municipal de Bragança.
TeatroPlage
Encenação Paulo Lage
Coreografia Elsa Madeira
Interpretação Cheila Lima, Duarte Melo e Sofia Loureiro
Cenário de Ana Paula Rocha
Figurinos de Mónica Cunha
Confecção de Figurinos Mestra Olga Amorim
Preparação Vocal Silvia Filipe
Arranjos Musicais Carlos Garcia e Elmano Coelho
Desenho de Luz Pedro Nabais/Operação Pedro Correia
Desenho de Som Frederico Pereira
Adereços Xana Capela
Desenho de maquilhagem Guilherme Gamito
Produção THEKINGROAD – Duarte Nuno Vasconcelos
Co-produção Casa das Artes de Famalicão
Espectáculo tem o apoio à criação Direção-Geral das Artes
Parceiro Institucional República Portuguesa