Para uma pessoa como eu, a performance da Flora foi um autêntico desafio. Passo a explicar: Tendo uma relação recente com a Dança Contemporânea sou, e sempre fui, uma pessoa ligada ao movimento, à luz, ao som. Enfim, de uma forma simples, posso dizer que, tal como uma criança, preciso de estímulos visuais e sonoros para me manter interessada e atenta.
O projecto apresentado pela Flora “Tutuguri” fez-me, mais que tudo, compreender a profundidade do estudo do corpo como instrumento: o corpo humano é-nos apresentado durante grande parte da apresentação como um veículo de transporte da voz – uma voz que tem, ela própria, não um corpo mas vários.
Num jogo de ecos, sons e vibrações a Flora mostra-nos que não só o corpo humano serve de “estúdio” à criação sonora como também que a palavra é o movimento.
Tutuguri, de Flora Détraz (Festival Cumplicidades)
10-16 março 2018
CAL – Primeiros Sintomas
Lisboa
Concepção e interpretação Flora Détraz
Luz Arthur Gueydan
Regie Eduardo Abdala
Cenografia Camille Lacroix
Apoio à dramaturgia Anaïs Dumaine