Depois dos livros de crónicas “Estórias de Amor para Meninos de Cor” e “O Angolano que comprou Lisboa (por metade do preço)”, Kalaf Epalanga surge com “Também os Brancos Sabem Dançar“, um “romance musical”.

Conhecido mundialmente como membro da banda Buraka Som Sistema, Kalaf lança-se agora na literatura de ficção. Mas será ficção? Eu vejo este livro como um misto de ficção e realidade. Nele se conta com detalhe a história do Kuduro e da banda, desde as suas origens em Luanda até aos dias de hoje.

O livro está dividido em três partes, tendo como pano de fundo o episódio em que o autor terá sido preso durante a sua viagem para Oslo por não ter um passaporte válido, e considerado emigrante ilegal. O músico deveria actuar nessa noite no famoso festival Øyafest.

A segunda parte do romance é-nos narrada por Sofia, filha de pai angolano, e especialista em Kizomba. A acção começa em sua casa durante um concorrido almoço, e segue pelas ruas de Lisboa à noite, na companhia do brasileiro Quito.

Na terceira parte, a perspectiva dos eventos é-nos dada por um policia de fronteira norueguês, que deteve Kalaf. Ele descreve os incidentes, mas também o seu passado amoroso com Ava, uma mulher libanesa. O seu amor pela música estabelece paralelos e alguma empatia pelo músico angolano.

É, em resumo, um livro que ao mesmo tempo nos estabelece a história de um estilo musical que correu mundo, e três perspectivas sobre a música e as vidas a ela associadas. Um começo na ficção auspicioso para Kalaf.

Também os Brancos Sabem Dançar
(Um Romance Musical)
de Kalaf Epalanga
Edição: Editorial Caminho
(Comprar em wook.pt)

Categorias: Livros

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