E se o Pai Natal existisse? E se fosse um homem de carne e osso, que trabalha o ano todo (tem fábricas e oficinas), e que no dia 24 corre o mundo todo com as suas renas, a distribuir presentes?
E se o Pai Natal chegasse a casa e ela lá não estivesse? E se as fábricas lhe estivessem vedadas?
E se o Pai Natal se visse obrigado a mudar-se para Lisboa?
Estas e outras perguntas são respondidas pelo actor, performer, e encenador Tiago Barbosa, na sua mais recente criação, o monólogo “Olá, eu sou o Pai Natal”. Nela, o actor (encarnando o velhinho de barbas) fala-nos na primeira pessoa e relata os seus dias desde essa noite fatídica.
O espectáculo mistura a palavra (um belo texto), a performance, e o movimento coreográfico, a um ritmo acelerado. Vários adereços de Natal pontuam a cena, e é muito interessante o anacronismo propositado de um espectáculo com este tema, ao ser apresentado fora da época festiva. Esse é mesmo um ponto forte, que justifica a história que o protagonista nos conta.
Ao longo de um pouco mais de uma hora, Tiago Barbosa conta, canta, performa, dança, interpela-nos, e põe-nos a pensar sobre o Natal, sim, mas também sobre a sociedade de consumo, indissociável da época dos presentes.
Olá, eu sou o Pai Natal, de Tiago Barbosa
24-28 janeiro 2018
Negócio ZdB
03-06 janeiro 2019
Teatro Nacional D Maria II
adereços Carlota Lagido e Tiago Barbosa
participação especial Sandra Madeira