Nascida na Alemanha, refugiou-se nos Estados Unidos e obteve nacionalidade americana aquando da Segunda Guerra Mundial. Hannah Arendt é uma das maiores filósofas políticas do século XX, com vários títulos sobre o totalitarismo, autoridade e poder.
O filme realizado por Margarethe Von Trotta gira à volta da reacção de Arendt ao julgamento do dirigente nazi Adolf Eichman. Em serviço para a revista The New Yorker, viaja até Jerusalem onde assiste ao julgamento.
A escritora fica muito marcada pelo que assiste, e demora mais tempo do que o previsto a entregar a série de cinco artigos, o que provoca algum mal-estar com o seu editor, ansioso por publicar.
Quando finalmente vêem a luz do dia, os artigos causam elevada polémica na sociedade em geral, e em particular na comunidade judia, pela sua análise do caracter de Eichman e dos seus julgadores, e pela sua introdução do agora famoso conceito da “banalidade do mal”
A actriz Barbara Sukow compõe uma Hannah Arendt complexa, tanto no campo profissional (escritora e professora) como no campo pessoal (relações conjugais e com amigos). Esta imprime uma tensão quase constante, muito devido às suas opiniões e teorias, que iam contra o sentir comum da sociedade dos anos 60 nos Estados Unidos.
Um filme intemporal e importante, que nos recorda, por um lado, os horrores do nazismo e, por outro, a complexidade da personalidade do “assassino”, que nem sempre pode ser descrita como preta ou branca, havendo pelo meio muitos tons de cinzento como Arendt argumenta, sem nunca justificar os seus horrendos actos.
Hannah Arendt, de Margarethe Von Trotta (2012)
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