O pianista, compositor e orquestrador Filipe Raposo deu a música. O dramaturgo e encenador Ricardo Neves-Neves deu o texto. E o resultado é uma “Banda Sonora”, em que três crianças brincam inocentemente, ingenuamente, cruelmente umas com as outras e com a floresta que as cerca.

Desde rituais de iniciação, a experiências (mais ou menos maldosas) com animais, até a experiências com a morte, este trio de meninas, que na realidade é um sexteto, leva-nos numa aventura musical que nos surpreende, diverte, e assusta ao mesmo tempo.

Seis actrizes dão corpo a três personagens (aos pares), todas elas crianças de diferentes idades. A sua relação tem tudo de infantil, mas também de cruel (típico de certa infância). As suas interpretações são muito bem conseguidas e o uníssono (duas a duas) é quase irrepreensível. Todas têm formação em canto, e isso transparece.

A peça divide-se em três momentos principais, entrecortados por outros momentos musicais, em que cada personagem conta uma história da sua família.

Ricardo Neves-Neves volta a encenar um texto seu, depois de “A Batalha de Não Sei Quê” de 2015, e sai-se muito bem. O seu universo mistura o mundo infantil e o adulto, o lado inocente e perverso, com uma escrita cheia de humor e ironia.

A música de Filipe Raposo casa na perfeição com o texto. Ou ao contrário, já que o texto surgiu depois. Seja como for, um excelente trabalho de orquestral e de composição.

A vida é curta, todos nós sabemos. E umas vezes, tragicamente, mais curta do que devia. Também disso se fala em “Banda Sonora”, um espectáculo obrigatório, que estreou em Lisboa, mas que irá certamente correr o país.

Entrevista da actriz Rita Cruz ao Coffeepaste

Banda Sonora, de Ricardo Neves-Neves e Filipe Raposo
8-18 março
São Luiz Teatro Municipal
Lisboa

Texto e Encenação: Ricardo Neves-Neves
Composição e Orquestração: Filipe Raposo
Interpretação: Ana Valentim, Joana Campelo, Márcia Cardoso, Rita Cruz, Sílvia Figueiredo e Tânia Alves, e Orquestra Metropolitana de Lisboa: Ágnés Sarosi, Alexêi Tolpygo, Ana Cláudia Serrão, Carlos Damas, Catarina Gonçalves, César Nogueira, Daniela Radu, Diana Tzonkova, Elena Komissarova, Ercole de Conca,Fernando Llopis, Irma Skenderi, Janete Santos,Jerôme Arnouf, Joana Dias, Joana Tavares, Joel Vaz, Jorge Camacho, Lurdes Carneiro, Marco Fernandes, Micaela Sousa, Nuno Abreu, Nuno Silva, Nuno Tiago, Rodrigo Carreira, Rafaela Oliveira, Romeu Madeira, Sally Dean, Sara Sá,Sérgio Charrinho,Sérgio Sousa, Tatiana Leonor,Valentin Petrov, Vladimir Kouznetsov
Maestro: Cesário Costa
Direção vocal: João Henriques
Sonoplastia: Sérgio Delgado
Desenho de luz: Pedro Domingos
Cenografia: Henrique Ralheta
Assistente de Cenografia: Sebastião Soares
Figurinos: Rafaela Mapril
Confeção de Guarda-Roupa: Ana Sabino Atelier e Mónica Félix
Caracterização: Cidália Espadinha
Assistentes de caracterização: Beatriz Pessoa, Bruno Saavedra, Dennis Correia, Màrcia Filipe e Mariana Capinha
Coreografia e Movimento: Sónia Baptista
Fotografias: Alípio Padilha
Assistência de Encenação: Rafael Gomes
Segundos assistentes de encenação: Cristiana Simões, Diana Matias e Solange Brás
Produção/Comunicação: Mafalda Simões

Categorias: Teatro

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *